quarta-feira, 17 de julho de 2013

BC Inverno da Mamytri - Inverno: época de curtir a moto com segurança

Prezada Amiga e Prezado Amigo Motociclista

O post de hoje é diferente. Vou participar da BC do Blog da Mamy Tri, sobre Inverno. Não quero concorrer ao prêmio, mas quero participar porque achei a ideia bem bacana. Principalmente porque acho o inverno uma época muito especial, não por gostar de frio, mas porque os dias de sol são belíssimos e são ótimos para passear de moto, mas com muita segurança!

Fonte: Blog Mundomoto.com.br

O grande barato de vivermos em um país como o Brasil é que temos um frio que não nos impede de andar de moto (pense em você andando de moto em um local como a foto acima e veja do que estou falando...). Pelo contrário, nessa época a sugestão é aproveitar para utilizar todos os equipamentos de segurança, pois conseguimos sair com capacete fechado, casaco, luvas, calças e botas sem transformar uma voltinha numa filial do inferno, como acontece em nosso verão.

Época excelente para acostumar-se com o uso desses equipamentos, o inverno tem também alguns pontos de atenção. Pilotar uma moto exige concentração. Sentir frio, desconcentra. Logo, sentir frio e andar de moto são incompatíveis.

Quem já experimentou encarar uma estrada de moto no frio e com equipamento inadequado sabe do que estou falando. Depois de alguns quilômetros com frio, os músculos se contraem e começa uma dor insuportável nas costas e nos braços. Não há como alguém ficar concentrado na pilotagem e suportando dor. Conclusão: a roupa do inverno não deve apenas proteger do vento, mas realmente manter o corpo aquecido.

Uma boa dica são as base layers ou roupas térmicas "inteligentes" para usar sob os casacos/calças de moto. Uma bela tecnologia no tecido que reduz a temperatura corporal, mantendo o equilíbrio térmico e o conforto, além de proteger de raios UV-A e UV-B. Existem modelos um pouco mais caros (algo em torno de R$ 150, de marcas como Solo ou Curtlo), mas caso você não queira gastar esse valor, existem marcas genéricas em lojas de produtos esportivos onde você encontra uma blusa por cerca de R$ 30,00. Lógico, não terão a mesma tecnologia e eficiência das marcas citadas acima, mas para o dia a dia, elas quebram um bom galho.
Fonte: Google



Enfim, a dica mesmo é curtir esses dias de inverno andando com segurança. De preferência com uma boa companhia (o aconchego também aquece!). E aproveitar todas essas dicas, comidinhas e bebidinhas (ah, esse chocolate quente...) que estão rolando na blogagem coletiva de inverno da Mamy Tri!!!!

Fonte: www.masterfile.com



Um abraço e boas estradas!



domingo, 14 de julho de 2013

Mas qual moto eu compro? (parte 1)

Prezada amiga e prezado amigo motociclista,

O post de hoje é o começo de uma pequena série que vai tentar ajudar aqueles que querem comprar uma moto e não sabem bem qual modelo escolher. Para conviver com esse trânsito maluco das grandes cidades ou simplesmente para dar vazão a uma paixão pelas duas rodas, muitas pessoas estão optando pela motocicleta como veículo. Volta e meia as pessoas que me conhecem um pouco mais perguntam: "qual moto você sugere que eu compre?". Essa é uma pergunta de resposta relativamente complexa, mas vou tentar facilitar, para que não seja uma escolha totalmente baseada na emoção, que no final pode transformar o sonho em pesadelo...

Fonte: Google


Partirei da premissa que o candidato ou candidata a motociclista já possui ou está em fase de obtenção da habilitação tipo A (a não ser que você já tenha se decidido por uma scooter de 50cc...). A compra de uma moto envolve várias questões, mas eu elencaria alguns pontos que devem fazer parte dessa "auto-análise":

(1) Eu realmente me sinto preparado para pilotar uma moto em uma cidade ou estrada? Repare que eu falei "pilotar" e não dirigir, como um carro. Esse é um ponto fundamental para quem vai andar de moto, pois exige uma preparação que vai do equipamento a ser utilizado até o preparo psicológico, porque pilotar uma moto no meio do trânsito não é tarefa fácil. Na estrada, a vida também não é fácil, não adianta iludir-se com os "road movies" americanos, porque é uma experiência que exige preparo em diversos aspectos. E vamos combinar que nossas moto-escolas efetivamente não preparam ninguém para a realidade das ruas, muito menos das estradas. Moto tem riscos inerentes, portanto essa escolha deve ser muito consciente. Não se iluda: cair de uma scooter a 50 km/h pode machucar bastante...

(2) Qual a minha experiência com motos? Existem aqueles que nunca pilotaram uma moto e fizeram moto-escola, prova e pronto, carteira de habilitação nas mãos. Existem outros que tiveram motos há muitos anos atrás, do tipo "eu tive uma DT 180 em 1985, depois vendi e nuca mais andei...". Existem aqueles que possuem uma moto de pequena cilindrada e querem fazer um upgrade. Seja como for, eu sempre recomendo uma "escada", que pode começar em uma 125/250 e subindo gradualmente. Mesmo que você tenha dinheiro para investir em uma moto de alta cilindrada, o aprendizado e a experiência com modelos menores serão de grande valia na sua vida em duas rodas.

(3) Qual será minha utilização mais comum? Usar a moto todo o dia para se deslocar para o trabalho ou para fazer viagens no final de semana (ou as duas coisas!). Deslocamento por estradas asfaltadas, ruas ou até mesmo trechos de terra. A distância que será percorrida nesses trajetos (curtos, médios, longos). Todos estes são pontos de questionamento fundamentais, e que farão muita diferença na escolha da moto.

Neste momento, uma pequena parada didática. Vou dividir o mundo das duas rodas em 4 categorias bem genéricas: custom (inclui chopper, bobbers, etc...), trail (incluindo big trail), esportivas (incluindo as nakeds) e street.

Custom: motos clássicas que priorizam o conforto, mais voltadas para o uso em (boas) estradas. São símbolo por excelência do motociclismo. São motos onde o piloto vai em uma posição baixa, praticamente sentado e com os pés posicionados à frente, geralmente em pequenas plataformas. Os motores de 2 cilindros de grande cilindrada, porém com potência relativamente baixa e torque elevadíssimo são quase unânimes na categoria. Exemplos: Harley-Davidson (todas), Suzuki Boulevard, Yamaha XVS 950 Midnight Star, Kawasaki Vulcan 900, Honda Shadow 750, para ficar em alguns modelos comuns em nossas ruas.

Fonte: Google

Bom, daqui a alguns dias eu volto falando sobre os demais tipos de motocicletas e com mais dicas para a compra da sua tão sonhada motocicleta!

Um abraço e boas estradas!

PS: uma dica interessante para quem curte motos é o site www.mulheresdemoto.com.br . Bem elaborado e com belo conteúdo, vale a visita!

domingo, 19 de maio de 2013

Mulheres motociclistas: elas vieram para ficar!

Prezada Amiga e Prezado Amigo Motociclista,

Pelo início do texto, você já percebeu que alguma coisa mudou por aqui. Há tempos que estou para escrever esse texto, por que essa mudança é muito perceptível. Antigamente mais restrito ao universo masculino, de alguns anos para cá as mulheres perceberam as vantagens e os prazeres da motocicleta. Mas sem aquela história de ser a "garupa", elas estão a toda, realmente pilotando as motos por aí.

Sábado pela manhã estava em uma oficina/loja de motos bem conhecida aqui no RJ, fazendo um serviço em minha moto. Como o dia está feio e chuvoso, a loja estava relativamente vazia. Normalmente aos sábados o movimento é grande, a turma planejando passeios, comprando acessórios e por aí vai. Pela calmaria e enquanto esperava, fiquei observando os poucos clientes que chegaram. Foram 3 casais, que não se conheciam, e todos estavam procurando a mesma coisa: a mulher da dupla procurando um scooter para comprar! Também procuravam casacos específicos para motos, capacetes femininos e coisas afins. É um novo (e grande) mercado que se abre para a indústria de motocicletas do Brasil.

Basta fazer uma rápida pesquisa no Google para ver que esse fenômeno não é tão recente e nem pequeno. São diversos sites e blogs de mulheres motociclistas. Motoclubes compostos apenas de mulheres. Passeios motociclísticos reunindo mulheres.  E não são apenas com scooters e motos de baixa cilindrada: as motos esportivas de alta cilindrada são bastante comuns, o que já denota uma boa experiência da mulherada no universo motociclístico. Olha só esse daqui: Blog Mulheres-motociclistas

Fonte: Google

Isso sem falar no recente fenômeno do motociclismo nacional, a piloto Sabrina Paiuta, que com apenas 18 anos está disputando a European Junior Cup, após ter sido campeã da Copa Ninja Light do ano passado e já foi campeã de Supermoto. Daqui a pouco estará no Mundial de Superbike, sem dúvida. Para quem quiser acompanhar mais o dia-a-dia desse novo talento do Brasil: Facebook Sabrina Paiuta

Uma curiosidade: a primeira pessoa a pilotar uma moto da fabricante japonesa Honda foi uma mulher. Sim, a mulher de Soichiro Honda, Sachi, pilotou uma "cinquentinha" da Honda antes de todo mundo... E ainda tem o motoclube mais antigo do mundo, acredite, só de mulheres. Essas e outras curiosidades estão no Blog Rock´n Rodas: Rock´n Rodas 

Seja como for, eu ainda vejo muito preconceito por aí, o universo motociclístico é bem machista, no geral.  Normalmente as imagens de mulheres com motos disponíveis por aí estão mais para ensaio da Playboy do que qualquer outra coisa. Sem contar os comentários maldosos e preconceituosos de vários homens, questionando a sexualidade das mulheres-piloto. Tudo questão de tempo, daqui a pouco as mulheres-motociclistas estarão em uma proporção igual aos homens-motociclistas no nosso dia-a-dia e nas competições.

As mulheres trarão seu jeito mais consciente e menos agressivo de pilotar motos, isso sem falar no estilo e no charme. Aqui em casa estou fazendo a minha parte: minha esposa vai tirar carteira de habilitação para motocicletas e minha filha é a maior fã de motos, adora passear comigo. Curte mais que meus filhos, o que eu acho um barato!

Fonte: arquivo pessoal


No fundo, não existem homens-motociclistas, nem mulheres-motociclistas, mas sim motociclistas, não o importa o sexo, cor, crença ou classe social. O que vale realmente é a paixão pelas motocicletas e seu estilo de vida.

E você, o que acha dessa mudança?

Abraço e boas estradas!






domingo, 5 de maio de 2013

Passeio de moto: Serra do Rola-Moça/MG

Prezado amigo motociclista,

No post de hoje vou me permitir contar sobre um passeio bem interessante feito por um grande amigo meu, o Jomar Lobo. Afinal, viajar é preciso, e viajar de moto é mais necessário ainda! O Jomar, além de amigo, é parceiro das duas rodas, veterano das motocicletas (apesar da pouca idade, ainda está nos trinta e poucos...) e apreciador deste blog. Nada mais justo então que compartilhar sua viagem nesse singelo post.


Para começar, vale falar um pouco sobre o local escolhido, o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na região metropolitana de BH, que é o terceiro maior parque em área urbana do país e abriga alguns dos mananciais que abastecem a capital mineira. É uma área de transição entre o cerrado e a mata atlântica, fica a apenas 25km de BH e tem boa infra-estrutura. O nome curioso, que já foi até tema de um conto do escritor Mário de Andrade, vem de um "causo" da região: depois do casamento, um casal voltava à cavalo pela serra quando a moça escorregou no cascalho e caiu morro abaixo. O marido, desesperado, desceu com o cavalo correndo pelo grotão abaixo. Eis que surge a lenda da "rola-moça".

Conheça mais no link: Parque Estadual da Serra do Rola-Moça - IEF

Fonte: Google

A moto do Jomar dispensa comentários: uma Suzuki DL 1000 V-Strom, uma das melhores motos (se não a melhor) para o moto-turismo. Rainha do estradão asfaltado, permite algumas incursões leves no fora-de-estrada. Permite viajar em velocidades mais elevadas e faz ultrapassagens com grande facilidade, como boa maxi-trail. Pena que a Suzuki a descontinuou, pois é uma moto incrível e bonita, esperemos que tenha uma substituta à altura em breve. Aliás, não gostei do visual dessa nova DL 650 V-Strom, mas isso é assunto para outro dia...

Veja mais sobre a V-Strom 1000 no endereço: Teste V-Strom 1000 - Motonline ou V-Strom 1000 - Wikipedia

Sem mais conversa, segue abaixo o vídeo do passeio, registrado pela GoPro:



Se um dia eu for a BH de moto, esse passeio é imperdível.

Um abraço e boas estradas!




domingo, 14 de abril de 2013

Motocadas (1)

Prezado amigo motociclista,

Depois de algum tempo off line, voltei ao bom e velho blog. Saudade de trocar uma ideia por aqui. Senti falta desse espaço, desse tempo para falar desse estilo de vida que são as motos.

Para compensar o tempo fora, alguns temas variados, as "motocadas"...

1 - A febre dos "motofilmadores"

Se você ainda não viu no YouTube, talvez venha a vê-los em breve. Não será muito difícil, pois estão virando uma verdadeira febre, principalmente entre a gurizada.

A ideia é para lá de simples: o cara tem uma moto boa de média ou alta cilindrada, compra uma câmera tipo GoPro que grava em HD, gruda no capacete, e passa a registrar o seu dia-a-dia sobre uma moto, geralmente em alta velocidade e com pouco apego às leis de trânsito.

Nada contra o estilo e a liberdade de cada um exprimir-se, até porque vivemos em uma sociedade super-conectada, estamos o tempo todo acessando mail, Facebook, Twitter, etc... Mas acho que a mensagem final da turma acaba sendo meio complicada. Admiro sua habilidade, mas acho que essa linha do "façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço" não funciona bem para o binômio motos e juventude. No fundo, bem no fundo, a turminha jovem admira mesmo a habilidade desses caras em andar em alta velocidade nos lugares mais improváveis.

O mais famoso de todos é o Kleber Atalla (KLE621 no YouTube), o "tiozão" de São Paulo. Famoso tanto pelo estilo louco de dirigir em meio ao trânsito, como pelas mensagens positivas que tenta  mandar para a rapaziada, ficou conhecido nacionalmente por ser o motorista do músico Chorão, falecido recentemente. Acabou virando um ídolo da juventude motociclista em SP e tem uma loja de escapamentos esportivos (os mesmos que utiliza em suas motos). Já andou até aparecendo no SBT. Polêmico até o fim, apesar de ser uma figura bastante simpática e até folclórica.

Outro que rodou bastante dentro do Facebook é o Mike9MMM, cujo nome verdadeiro desconheço. Há um vídeo dele dirigindo no engarrafamento da Marginal que já virou lenda. Esse pilota como um louco em SP, com uma Yamaha XJ6 e escapamento esportivo. Vendo o vídeo você não acredita no que ele faz.

Bom, achei um vídeo com uma espécie de "melhores momentos" de cada um. Julgue você mesmo...


Fonte: YouTube (vNs)


2 - Cantando na chuva

Os meses de fevereiro e março deste ano foram cruéis com a turma que anda de moto todos os dias, como eu. Foi muita chuva no RJ, especialmente no mês de março. Achei que fosse virar sapo.

Bom, a dica para esses dias é muita tranquilidade e atenção. Dirigir com velocidade reduzida, manter boa distância do carro da frente e evitar ao máximo as poças (escondem buracos gigantes...) são algumas dicas. Vale lembrar também que, graças a estupidez do nosso órgão gestor do trânsito, as faixas de pintura no asfalto ficam como sabão quando molhadas.

Um ponto fundamental é o equipamento pessoal. Não há como fugir do bom e velho kit casaco/calça emborrachada. É o único que consegue realmente parar a chuva forte (até certo ponto...), mas bem melhor do que as roupas de cordura ou couro. Vale investir em um macacão para chuva de boa qualidade, pois os mais baratos pesam 1 tonelada e fazem você suar como numa sauna. Sensação terrível, que muitas vezes pode até tirar sua concentração.

Mas como nas ruas vemos de tudo, outro dia eu e minha esposa estávamos de carro em um início de noite, quando nos deparamos com a combinação mais exótica possível: moto + guarda-chuva. Veja a foto abaixo, tirada pela minha esposa:

Fonte: arquivo pessoal

Detalhe: o cara estava sem capacete. Acredite se quiser, seria engraçado, se não fosse trágico...

3 - A volta do Rossi

Desculpe, aqui vou assumir meu lado de fã do "doutor" Valentino Rossi. O cara realmente é demais, saiu do 7o lugar para chegar em 2o, depois de um longo tempo longe da Yamaha. Isso sem falar que ele já não é mais tão novinho assim, ou seja, tem que compensar no braço a diferença de idade. E o tal do Marc Márquez é fera também, vai incomodar muito, com apenas 20 anos de idade.

Veja o link que meu amigo Fred Seixas me mandou:

http://sportv.globo.com/site/eventos/mundial-de-motovelocidade/noticia/2013/04/rivais-se-rendem-talento-de-rossi-em-retorno-yamaha-fantastico.html


No dia 21/04 tem mais, em Austin, Texas...


 Fonte: site Motogp.com




Um abraço e boas estradas!

domingo, 10 de março de 2013

As estatísticas não mentem

Caro amigo motociclista,

Uma das perguntas mais comuns que escutamos das pessoas em nosso dia-a-dia, ao descobrirem que andamos de moto, é: "nossa, mas você não tem medo de se machucar/morrer/cair?". Na verdade, a resposta é não e sim.

Não, por uma série de razões de cunho completamente irracional, como o puro prazer de andar na moto  (o tal "vento no rosto"), ou questões estritamente racionais, como a praticidade e a agilidade que ganhamos, o fato é que andar de moto tem muitas motivações positivas, que nos levam a sair de casa todo o dia com confiança e certeza de que voltaremos sãos e salvos. É umas sensação de liberdade que não tem igual, isso sem falar na possibilidade das viagens...

Sim, porque se não fosse esse medo, não tomaríamos os cuidados necessários. Repare que você não dirige uma moto, você a pilota. Começa por aí. Para sair você cumpre um ritual (eu, pelo menos, faço isso!), que inclui vestir os equipamentos de segurança, como um bom capacete (você vai economizar com a sua cabeça?), um casaco adequado com as proteções rígidas, luvas, calças compridas e um tênis ou bota, preferencialmente com cano alto. 

Fonte: Google

Mesmo no deslocamento diário para o trabalho não abro mão do trio capacete/casaco/luva. E há que se ter muita força de vontade para vestir esse conjunto no calor do Rio de Janeiro. E já ouvi algumas piadas, pois usava proteção mesmo quando tinha um simples scooter, afinal ele "nem corre tanto". Se quiser, é só experimentar o seguinte teste: pegue carona em um carro, quando estiver entre 60 ou 80 km/h, abra a porta e se jogue no asfalto. Essa experiência deliciosa será similar à sensação de cair do lento scooter...

Na moto não temos a proteção passiva do automóvel, com sua carroceria. Isto é, nossa proteção passiva é próxima a zero. Então temos que quadriplicar o cuidado e a atenção. Se estiver saindo do trabalho ou qualquer lugar com a "cabeça quente", melhor parar em um posto de gasolina, comprar um refrigerante e esperar uns 10 ou 15 minutos, pensando em outras coisas. Moto tem que ser pilotada com concentração, não tem jeito.

Infelizmente, o progresso econômico do nosso país teve algumas consequências negativas. A maior facilidade de acesso ao crédito, os consórcios de valores bastante baixos, permitiu o acesso ao consumo a milhões de pessoas antes alienadas dessa possibilidade. As motocicletas tornaram-se então uma excelente alternativa de meio de transporte diário, pois são baratas, econômicas e práticas. O que deveria ser uma excelente notícia, foi combinado com a falta de fiscalização reinante em nosso país, a falta de educação básica e um processo de habilitação completamente ridículo. Resultado: milhares de motociclistas entrando nas ruas todos os dias, sem o menor preparo.

Cruzamos com cenas assustadoras diariamente. Despreparo, imprudência, agressividade, um coquetel muito perigoso, que leva aos resultados que conhecemos: mortes e acidentes diários envolvendo motociclistas, em uma proporção muito maior do que a dos automóveis. A opção das grandes cidades pelos moto-fretistas (ou motoboys, em bom português), é irreversível, pois o trânsito só piora a cada dia, mas também coloca muitos jovens sem preparo no trânsito, onde muitos vêm a falecer ou sofrer acidentes com sequelas irreversíveis.

O fato é que as estatísticas não mentem. Tudo isso que foi exposto acima só piora a fama da motocicleta como veículo perigoso, o que só nos prejudica. Precisamos nos conscientizar e conscientizarmos quem nos rodeia, além de cobrar das autoridades medidas inteligentes de organização e planejamento de trânsito. Isso sem contar um trabalho forte de educação, a meu ver fundamental para as mudanças que queremos no país.

Fonte: Google

Até quando vamos ver cenas como essa acima? Espero que meus filhos herdem um país mais educado e preparado, capaz de utilizar as motos como elas merecem!

Um abraço e boas estradas!


sexta-feira, 1 de março de 2013

O prazer de viajar de moto

Caro amigo motociclista,

Hoje um colega e amigo motociclista convidou-me a fazer uma viagem de moto até a famosíssima Serra do Rio do Rastro, em SC, junto com outros aventureiros, para curtir suas curvas fantásticas. A despeito de minha impossibilidade de realizar tal jornada neste momento, o convite inspirou-me a finalmente escrever esse post sobre as viagens de moto. Minha esposa outro dia havia perguntado-me como que eu ainda não escrevera sobre esse assunto que me é tão caro...

Esse talvez seja o tema mais unânime quando falamos do mundo das duas rodas: viajar de moto é muito bom! Claro que gostamos de utilizar a moto no dia-a-dia, escapar dos engarrafamentos, pagar menos estacionamento em shoppings e coisas afins. Mas existe também o trânsito, a fumaça dos carros, os motoristas mal-educados, os ônibus, os corredores apertados, os buracos. Então no fundo, bem no fundo mesmo, o que realmente nos embala os sonhos é a possibilidade de pegar uma estrada, linda e perfeita, preferencialmente bem acompanhado, em um dia de clima ameno e sol brilhante.

Fonte: Google

Querendo ou não, a viagem de moto nos remete à aventura, o desafio e, na minha modesta opinião, ao auto-conhecimento. É uma sensação de liberdade fantástica sentir o vento no rosto e apreciar as novas paisagens a cada quilômetro, de uma forma integrada com o ambiente como só a moto pode proporcionar. O silêncio e a concentração limpam a mente e nos permitem jogar fora todo o estresse, fazendo com que a viagem pareça uma verdadeira terapia (e é mesmo!).

Sempre gostei muito de viajar e, graças ao meu pai, conheci várias regiões de nosso país de carro, o que na época era uma espécie de aventura. A viagem de moto povoa meu imaginário desde a adolescência, quando comecei a ler as revistas especializadas da época (Motoshow, Duas Rodas e ficava por aí...). Já naquele tempo alguns loucos (sim, porque somente um louco encarava as estradas dos anos 80 com as motos dos anos 80...) faziam viagens pelo país e pelo mundo, enviando depois suas fotos e narrativas para as revistas. Desbravar os recantos do nosso país em uma moto era um sonho que me encantava. Talvez o ápice da aventura naquela época (e para muitos até hoje) fosse a viagem até Ushuaia, no sul da Argentina. O tal "fin del mundo" era de dificílimo acesso, estradas péssimas, poucos recursos logísticos no caminho, policiais corruptos e um clima complicadíssimo. Mesmo assim, vários motociclistas chegaram lá, com motos bem menos cheias de recursos que as atuais. 

Eu também "viajava" com as reportagens sobre o Paris-Dakar daquela época, com o pessoal passando de motos em paisagens fantásticas, que pareciam coisa de outro mundo. Ok, eu sei que aquilo era uma competição esportiva e aqui estamos falando de viagens, mas muitas vezes me imaginei cruzando aqueles desertos em duas rodas, a sensação plena de desbravar novos mundos. Lá pelos 15 anos, eu e minha "gangue" da Mobylette fazíamos viagens entre a cidade onde morávamos e um longínquo distrito que ficava a 12 km de distância. Não me pergunte como conseguíamos andar na BR com um ciclomotor sem placa...

Para encurtar a história, somente em 2010 realizei meu sonho de fazer uma pequena viagem de moto. Aproveitei um feriado-ponte e coloquei o pé na estrada. Na época eu tinha uma Suzuki DL 650 V-Strom, moto perfeita para viagens. Era uma terça-feira de outubro e na véspera eu lembro de ter preparado a moto (abastecida, calibrada, limpa), separado as roupas certas (capacete, casaco, calça, botas), além de alguns extras para minha segurança, como um reparador automático de pneus. Na noite anterior, todavia, caiu o mundo e choveu como há muito não se via. Cheguei a pensar que a oportunidade estava perdida...

No tal dia, levantei cerca de 6h da manhã e olhei pela janela. Nenhuma nuvem no céu, limpo e claro. Uma brisa fresca e agradável soprava, me chamando para a estrada. Não tive dúvida e parti logo. Foi um trajeto relativamente curto, de aproximadamente 380km, mas muito prazeroso. Lição breve aprendida logo de cara: coloquei apenas uma camiseta por baixo do casaco e logo o frio começou a incomodar. Sorte que eu havia levado mais uma camiseta de manga longa, pois parei em um posto e coloquei por cima da outra, aliviando na hora. É horrível sentir frio na moto, pois você começa a contrair os músculos e logo o corpo inteiro está doendo.

Saí do Rio de Janeiro em direção a Angra dos Reis pela BR-101 (a famosa Rio-Santos), depois subi a estrada para Barra Mansa, passando pelo distrito rioclarense de Lídice, a RJ-155. Esse trecho é realmente fantástico, com curvas maravilhosas em uma estrada de excelente qualidade e pouco movimento. A subida da Serra proporciona paisagens incríveis a cada curva. A única ressalva fica por conta dos túneis históricos, cujo chão ainda é feito de pedras tipo pé-de-moleque, que agravadas pela umidade natural da montanha, transforma o chão em uma espécie de sabão, muito perigoso. Além de tudo, os túneis são bem escuros.

Fonte: arquivo pessoal

Um aspecto interessante de viajar de moto é que, ao contrário de quando andamos na cidade, onde somos os vilões, os motoqueiros, aqueles que quebram os retrovisores dos carros, na estrada existe uma certa admiração e respeito. Nesse dia, era comum parar em um posto de gasolina e pessoas virem conversar, saber para onde eu estava indo, como era a moto, etc... Lembro que um rapaz que estava com toda a família em um carro veio conversar, dizendo que ele fazia parte de um motoclube em SP, que curtia viajar de moto também e acabou dando algumas dicas sobre as estradas.

Fonte: arquivo pessoal

Depois de subir a RJ-155, cheguei a Rodovia Presidente Dutra, onde pude aproveitar suas boas condições para dar algumas esticadas na moto, momentos que só a estrada proporciona. Aquele trecho da Serra das Araras é muito bonito, mas também cansativo, pois as curvas são muito fechadas. É para redobrar a atenção. Voltei ao RJ à tarde, cansado, mas extremamente feliz pela aventura. Embora curta, foi suficiente para experimentar um pouco das delícias de viajar de moto.

E você, qual foi a melhor viagem?

Um abraço e boas estradas!

Fonte: arquivo pessoal

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A grama do vizinho é sempre mais verde

Caro amigo motociclista,

Ok, vamos admitir: o verdadeiro motociclista nunca deixa de admirar uma bela moto, em qualquer lugar que estiver. Bastou ouvir um ronco ou uma silhueta diferente do comum e os sentidos já ficam alertas. Mas o principal alvo de nossa admiração são as motos da vizinhança. São aquelas com as quais cruzamos com mais frequência, no dia-a-dia. Aquela pontinha de inveja (branca, da boa) quando chegamos na garagem e damos de cara com aquela bela motoca de algum vizinho. Ainda bem que não existe o Décimo-primeiro Mandamento: "Não cobiçarás a moto do próximo"!

Lembrei que lá pelos quinze anos de idade, naqueles tempos de rebeldia "easy rider" da minha gangue de Mobylettes e Garelis, conforme já publiquei outro dia (ver o post "E aí, como foi sua primeira vez?" http://conversademotociclista.blogspot.com.br/2013/02/e-ai-como-foi-sua-primeira-vez.html), conheci pela primeira vez essa sensação de "ah, se fosse minha..." . Nessa cidadezinha do interior do RS onde eu morava não existiam, obviamente, muitas motos de grande cilindrada. Ainda mais que estamos falando da década de 80, importações fechadas e por aí vai.

Naquele mar de motos como CG, ML, Turuna, RD, RDZ, DT, XL, XLX, destacava-se a beleza e o status da Honda CB 400 (e sua irmã mais nova, a CB 450). Para os mais novos, um pouquinho de história: a CB 400 começou a ser produzida em 1980. O motor de dois cilindros paralelos a quatro tempos, com refrigeração a ar e dois carburadores de 32 mm, tinha três válvulas por cilindro, duas para admissão e uma para escapamento. A potência de 40 cv a 9.500 rpm, deixava longe as pequenas motocas que povoavam nossas ruas. Com torque máximo de 3,2 m.kgf a 8.000 rpm, o desempenho atendia bem a qualquer necessidade: velocidade máxima próxima a 160 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 7 s. Era macia e confortável como poucas, além de um som fantástico. Resumindo, a moto era o "bicho"!


Fonte: Google

Pois bem, voltando ao tema de hoje, um dos membros dessa "gangue" de ciclomotores chamava-se Marlon. Morava relativamente próximo e, seguidamente, a turma se reunia na casa dele para planejar os passeios do dia e bater papo. Mas o grande diferencial do Marlon estava na garagem: uma bela Honda CB 450 do seu pai. A moto ficava lá, intocável, como uma peça de museu, para nossa admiração. Não lembro exatamente o modelo, mas era relativamente nova. Vermelha, cheia de si, atiçando nossa imaginação. A chave devia estar em um cofre, pois nossas intenções com ela não eram as melhores (ou melhor, eram as melhores possíveis, pois moto foi feita para andar!).

Ficávamos discutindo o que faríamos se colocássemos as mãos naquela máquina: passeios, estrada, passar pela rua principal da cidade "tirando onda" com as meninas. Enfim, eram infinitas as possibilidades. Mas a moral da história é que eu nunca vi a moto ligada, sequer ouvi seu som na rua. A impressão que tenho é que ele a utilizava somente aos domingos (um pecado!).

Fonte: MercadoLivre

Alguns anos mais tarde, quando morava em Porto Alegre, houve a abertura das importações. Era início dos anos 90, época do governo Collor, que chamou nossos automóveis de "carroças". Rapidamente começamos a ver as primeiras esportivas nas ruas, mas havia uma que povoava meus sonhos: a Kawasaki Ninja 1100. Mas tinha que ser a preta, com aquela inscrição Ninja ao lado.

Para minha alegria ("Para nossa alegria..."?), eu tinha um vizinho de prédio que era revendedor autônomo de carros. Toda a semana chegava no prédio com algum carro novo, diferente. Até Mustang e Eclipse apareceram em alguns momentos. Mas o meu delírio foi quando ele chegou com uma Kawasaki 1100 na exata medida. Fiquei literalmente babando a moto. Para piorar, a vaga dele era ao lado do meu carro, na época um Escort bem usado. Felizmente consegui vê-lo saindo algumas vezes, só para curtir aquela música que saía dos escapamentos.

Fonte: MercadoLivre

Bom, essas foram algumas das experiências que vivi com as "motos do vizinho". Mais recentemente, aqui no Rio de Janeiro, morei em alguns condomínios onde a turma caprichava nas motos: Harley-Davidson V-Rod, Suzuki GSX-R 1000 preparada para corridas, BMW R1200 GS Adventure e por aí vai. Mas agora nosso mercado é outro, e conseguimos ver essas máquinas maravilhosas com alguma frequência. Ficou mais comum, mas não deixamos de admirar!

E você, por qual moto do vizinho se apaixonou?

Um abraço e boas estradas!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ronco da moto: música para os ouvidos!

Prezado amigo motociclista,

Sexta-feira passada, no final da tarde, estava voltando para casa após o trabalho, tranquilo e sereno em minha moto depois dessa semana curta, quando ouço uma música se aproximando. Claramente, reconheci o som maravilhoso de um motor "4 canecos" com um escapamento especial. Mas esse era realmente muito especial. No sinal parou ao meu lado uma MV Agusta Brutale 1090 com uma ponteira Arrow. Deixei o cara arrancar na frente só para apreciar e segui a curta distância, pois o trajeto era comum a ambos. Loucura, loucura! Amostrinha abaixo, direto do YouTube...



Essa foi minha motivação para esse texto. Desde criança sou fascinado pela diversidade maravilhosa de sons dos motores e escapamentos das motos. Claro que, na minha adolescência, frente ao limitado mercado motociclístico brasileiro, não existiam tantas opções assim. Mas sempre era possível ouvir alguma CB 750 Four remanescente ou outros elos perdidos dos anos 70, além de um som que considero um clássico até hoje: a CB 400/450. Realmente um som limpo e honesto que mexia com minha imaginação. Afinal, era um mundo povoado de CG´s, DT´s e XL´s, aquele motor dois cilindros tinha um som pra lá de especial. E quando o maluco ainda colocava um cano 2x1, sem nenhum tipo de redutor? Era aquele tal de acordar a vizinhança inteira nos domingos à tarde! Vejam do que estou falando abaixo.


Fonte: YouTube
Vale uma pequena menção honrosa ao sonzinho do motor 2T da Yamaha DT 180, com aquela ponteirinha fininha de alumínio: até que ficava bem legal. Depois vieram sons clássicos, como Honda CBX 750 F e Yamaha RD 350R, que incrivelmente eram concorrentes no Brasil (só aqui mesmo para uma 4 cilindros, 4 tempos e 750CC concorrer com uma 2 cilindros, 2 tempos e 350CC...).

Com o tempo, o mercado abriu-se e a diversidade de sons ampliou-se incrivelmente. O mercado de acessórios cresceu de forma exponencial e hoje temos uma infinidade de marcas nacionais e estrangeiras nesse mercado de ponteiras/escapamentos esportivos.

Um capítulo à parte sem dúvida é o mercado das motos Custom, pois como o próprio nome diz, tudo é customizável e no atributo escapamento a turma da customização não poupa esforços. Difícil cruzar na rua com uma Harley e ela não ter algum tipo de  escapamento especial que amplia seu som pra lá de clássico. Aquele conhecidíssimo som compassado dos dois cilindros é sinfonia para uma galera, conforme podemos ver abaixo.

Fonte: YouTube
Eu, particularmente, sou um grande fã do som dos motores 4 cilindros. Aquela harmonia e o ronco grave, equilibrado, mexem com a minha adrenalina. Difícil ficar indiferente quando uma esportiva de 1000cc passa ao lado, com aquela ponteira "básica" em fibra de carbono ou titânio. O som emana potência e velocidade, muito bacana. Para mim, a verdadeira sinfonia.

Enfim, esse tema do ronco da motocicleta daria uma boa tese de Mestrado, tantas são as opiniões e gostos. Entendo que é um dos atributos mais típicos de uma motocicleta e um sintoma clássico dos apaixonados por esse veículo. Que diga meu filho caçula, que nem aprendeu a falar direito, mas já aprendeu a reconhecer um belo som de moto passando na rua. Basta cruzar uma moto próxima e ele já levanta o dedo indicador e grita "bah!, bah!" (bah! é nome que ele deu para as motos, mas essa é outra história).

Bom, para encerrar, uma pequena lista de algumas motos com sons incríveis (bom, na minha opinião e sem nenhum tipo de ordem):

  • Suzuki Bandit 1200/1250 (a 1200, carburada, tem um som incrível)
  • CB 400/450
  • BMW K1600 GT (6 cilindros, dispensa comentários)
  • MV Agusta (todas, F4, Brutale, etc... Parece ser uma especialidade da fábrica italiana)
  • Yamaha R1 com escape esportivo
  • BMW R1200 GS (som clássico do boxer)
  • Suzuki V-Strom (em homenagem a minha esposa, que gostava muito desse 2 cilindros grave e compassado)
  • Honda CB 750 Four (o "sete galo" dispensa comentários. Se for um 4x1 então, nossa...)
  • E por aí vai...

E aí, qual moto você acrescentaria a essa lista?

Um abraço e boas estradas!



Fonte: Google

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

E aí, como foi sua primeira vez?

Caro amigo motociclista,

Em meio a essa polêmica sobre a campanha publicitária de uma marca de cerveja, perguntando a todo mundo sobre a tal "primeira vez" (meio apelativa, vá lá, mas até engraçada em alguns momentos), resolvi aproveitar a onda e perguntar: e aí, como foi sua primeira vez?

Claro que estamos falando da primeira vez de moto. Ao contrário da "outra", essa primeira vez todo mundo gosta de compartilhar. Não conheci até hoje nenhum motociclista que não lembrasse exatamente qual foi a primeira moto na qual andou, com quantos anos, porque ele acabou andando e por aí vai. Na verdade, acho que é uma espécie de ritual de iniciação, uma contaminação inicial pelo vírus das duas rodas.

Todos têm uma boa história pra contar, seja pela emoção, seja pelo fato de ter sido engraçada ou algum erro que cometeu. Deixar a moto morrer por não soltar a embreagem no tempo certo ou mesmo um tombo leve tentando domar a fera fazem parte das primeiras tentativas. Até que vem o dia em que tudo dá certo e o vínculo está criado de vez.

Bom, para quebrar o gelo, a minha primeira vez foi com uma Caloi Mobylette, em 1987. Eu morava no interior do RS, em Santo Ângelo, e fazia um frio danado pela manhã. Meu pai tinha que levantar todo o dia para me levar, pois não havia ônibus ou van e a escola era bem longe (para os padrões de uma cidade pequena...). Talvez por pura preguiça ou comodidade (desculpa a sinceridade, pai!), ele resolveu me dar de presente de 15 anos a tal Mobylette. E colocou de vez o tal vírus na minha vida.

Aquilo foi um sonho. Eu ás vezes lia as revistas Duas Rodas ou Motoshow, já curtia alguns modelos de moto. Época de CG´s, DT´s e XL´s da vida, pouquíssimas opções no mercado. O melhor de tudo para mim era ler as reportagens da revista Motoshow sobre o Paris-Dakar. Que fotos fantásticas. Ah, porque eu não guardei aquelas revistas, seriam uma fonte inesgotável de lembranças agora.

Voltando ao tema, aquela Mobylette foi comprada em uma loja que vendia eletrodomésticos também (!!). Mas era muito valente e foi minha companheira por quase três anos. Eu e mais dois amigos que também tinham ciclomotores na época (acho que eram ciclomotores da Monark) formamos uma espécie de gangue que saía pela cidade "tirando onda" e até viagens curtas a cidades próximas nós fizemos. Acredite se quiser, a 60 km/h, no talo. Isso quando não fazíamos motocross com as coitadas, em uma pista de bicicross da cidade. Pode-se falar tudo daquelas motocas, menos de sua valentia! E de brinde a gente ganhava aquele maravilhoso cheirinho de óleo 2T, o dia inteiro impregnado na roupa.

Fui me desfazer da motoca quando já morava em Brasília, e o seu limite de velocidade (e o meu tamanho) a tornavam impraticável e totalmente insegura. Aliás, foi lá que tomei meu primeiro grande tombo, em um dia de chuva, passando pelo Parque da Cidade. Uma freada mais forte na traseira, pneu travado e chão. Saí deslizando e parei a 1 metro do paralama de um Santana, o coração batendo muito forte. Saldo final foi uma dor na perna e na bunda que durou uma semana. Isso sem poder contar nada para minha mãe, sob risco de venda imediata da Mobylette. Ah, outro detalhe: nessa época, capacete pra que mesmo? Coitado do anjo da guarda...

Bom, são muito boas lembranças com a Mobylette. Claro que mantive alguns casos paralelos, andei em CGs e em uma fantástica ML 125, "alugada" de um conhecido. Mas isso é tema para outro dia.

E você, como foi sua primeira vez?

Fonte: Google


Um abraço e boas estradas!




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Aquecendo o motor...

Caro amigo motociclista,

Resolvi criar esse blog para compartilhar, discutir e aprender sobre um tema que é bem mais que uma paixão em minha vida: o motociclismo. A ideia principal é ser um espaço aberto, sem preconceitos de qualquer natureza, sempre respeitando os limites individuais.

Poder fala livremente sobre tudo o que se refere ao mundo das duas rodas e o motociclismo em geral sempre foi uma vontade. Vejo ao meu redor muitas publicações (impressas ou na web), mas sinto que às vezes falta aquele espaço do motociclista comum, como eu, que tem a moto não apenas como um meio de transporte diário, mas também como um hobby. Não sou um expert, não entendo tanto assim de mecânica de motos, mas sou um curioso, ávido por novidades motociclísticas e um grande apreciador dessas obras de arte em duas rodas que andam por aí.

Aqui será o momento de mostrar motos de sonho, motos comuns, motos ruinzinhas, histórias engraçadas,  feiras de moto, falar sobre as loucuras que nos acontecem no dia-a-dia do trânsito e o que mais der vontade. O compartilhamento de algumas dicas de segurança também fará parte dessa história.

Quem sabe aos poucos começamos a mudar o conceito geral que existe sobre a motocicleta, começando por nós mesmos, os motociclistas, que muitas vezes nos comportamos como "motoqueiros". Os motoqueiros são aqueles seres mitológicos, bagunceiros, perigosos, incapazes de seguir uma regra de trânsito e o verdadeiro pesadelo dos pais e mães (quem nunca ouviu a frase "melhor vender essa moto, é tão perigoso..."?). Infelizmente, eles ainda são muitos em nossas cidades e, graças ao crescimento econômico do país, vêm aumentando a cada dia. Mas isso será papo para outro dia.

Gostaria de finalizar reforçando um ponto: para mim não existe moto pequena, média ou grande. Existe moto, e ponto final! Cada um vai saber do seu bolso, do seu gosto e da sua necessidade. Se o piloto gosta de sua moto, cuida da sua manutenção, respeita os outros e curte realmente o vento no rosto, então estamos falando de um motociclista de verdade, não importando a cilindrada da moto. Infelizmente no nosso meio existem muitos preconceitos dessa natureza, mas nossa cultura é assim mesmo. Somos preconceituosos, mesmo sendo um país tão cheio de diversidades. Olha eu puxando assunto para outra conversa...

Não sou fã dos pensamentos prontos, mas fica aí um que tem cara de conselho para motociclista, de verdade:
"Nós somos o que fazemos todo dia. Excelência, perfeição, então, são mais do que uma simples ação, são hábitos." Aristóteles - filósofo grego.


Um abraço a todos e boas estradas!

Fonte: Facebook