Ok, vamos admitir: o verdadeiro motociclista nunca deixa de admirar uma bela moto, em qualquer lugar que estiver. Bastou ouvir um ronco ou uma silhueta diferente do comum e os sentidos já ficam alertas. Mas o principal alvo de nossa admiração são as motos da vizinhança. São aquelas com as quais cruzamos com mais frequência, no dia-a-dia. Aquela pontinha de inveja (branca, da boa) quando chegamos na garagem e damos de cara com aquela bela motoca de algum vizinho. Ainda bem que não existe o Décimo-primeiro Mandamento: "Não cobiçarás a moto do próximo"!
Lembrei que lá pelos quinze anos de idade, naqueles tempos de rebeldia "easy rider" da minha gangue de Mobylettes e Garelis, conforme já publiquei outro dia (ver o post "E aí, como foi sua primeira vez?" http://conversademotociclista.blogspot.com.br/2013/02/e-ai-como-foi-sua-primeira-vez.html), conheci pela primeira vez essa sensação de "ah, se fosse minha..." . Nessa cidadezinha do interior do RS onde eu morava não existiam, obviamente, muitas motos de grande cilindrada. Ainda mais que estamos falando da década de 80, importações fechadas e por aí vai.
Naquele mar de motos como CG, ML, Turuna, RD, RDZ, DT, XL, XLX, destacava-se a beleza e o status da Honda CB 400 (e sua irmã mais nova, a CB 450). Para os mais novos, um pouquinho de história: a CB 400 começou a ser produzida em 1980. O motor de dois cilindros paralelos a quatro tempos, com refrigeração a ar e dois carburadores de 32 mm, tinha três válvulas por cilindro, duas para admissão e uma para escapamento. A potência de 40 cv a 9.500 rpm, deixava longe as pequenas motocas que povoavam nossas ruas. Com torque máximo de 3,2 m.kgf a 8.000 rpm, o desempenho atendia bem a qualquer necessidade: velocidade máxima próxima a 160 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 7 s. Era macia e confortável como poucas, além de um som fantástico. Resumindo, a moto era o "bicho"!
Naquele mar de motos como CG, ML, Turuna, RD, RDZ, DT, XL, XLX, destacava-se a beleza e o status da Honda CB 400 (e sua irmã mais nova, a CB 450). Para os mais novos, um pouquinho de história: a CB 400 começou a ser produzida em 1980. O motor de dois cilindros paralelos a quatro tempos, com refrigeração a ar e dois carburadores de 32 mm, tinha três válvulas por cilindro, duas para admissão e uma para escapamento. A potência de 40 cv a 9.500 rpm, deixava longe as pequenas motocas que povoavam nossas ruas. Com torque máximo de 3,2 m.kgf a 8.000 rpm, o desempenho atendia bem a qualquer necessidade: velocidade máxima próxima a 160 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 7 s. Era macia e confortável como poucas, além de um som fantástico. Resumindo, a moto era o "bicho"!
Fonte: Google
Pois bem, voltando ao tema de hoje, um dos membros dessa "gangue" de ciclomotores chamava-se Marlon. Morava relativamente próximo e, seguidamente, a turma se reunia na casa dele para planejar os passeios do dia e bater papo. Mas o grande diferencial do Marlon estava na garagem: uma bela Honda CB 450 do seu pai. A moto ficava lá, intocável, como uma peça de museu, para nossa admiração. Não lembro exatamente o modelo, mas era relativamente nova. Vermelha, cheia de si, atiçando nossa imaginação. A chave devia estar em um cofre, pois nossas intenções com ela não eram as melhores (ou melhor, eram as melhores possíveis, pois moto foi feita para andar!).
Ficávamos discutindo o que faríamos se colocássemos as mãos naquela máquina: passeios, estrada, passar pela rua principal da cidade "tirando onda" com as meninas. Enfim, eram infinitas as possibilidades. Mas a moral da história é que eu nunca vi a moto ligada, sequer ouvi seu som na rua. A impressão que tenho é que ele a utilizava somente aos domingos (um pecado!).
Fonte: MercadoLivre
Alguns anos mais tarde, quando morava em Porto Alegre, houve a abertura das importações. Era início dos anos 90, época do governo Collor, que chamou nossos automóveis de "carroças". Rapidamente começamos a ver as primeiras esportivas nas ruas, mas havia uma que povoava meus sonhos: a Kawasaki Ninja 1100. Mas tinha que ser a preta, com aquela inscrição Ninja ao lado.
Para minha alegria ("Para nossa alegria..."?), eu tinha um vizinho de prédio que era revendedor autônomo de carros. Toda a semana chegava no prédio com algum carro novo, diferente. Até Mustang e Eclipse apareceram em alguns momentos. Mas o meu delírio foi quando ele chegou com uma Kawasaki 1100 na exata medida. Fiquei literalmente babando a moto. Para piorar, a vaga dele era ao lado do meu carro, na época um Escort bem usado. Felizmente consegui vê-lo saindo algumas vezes, só para curtir aquela música que saía dos escapamentos.
Fonte: MercadoLivre
Bom, essas foram algumas das experiências que vivi com as "motos do vizinho". Mais recentemente, aqui no Rio de Janeiro, morei em alguns condomínios onde a turma caprichava nas motos: Harley-Davidson V-Rod, Suzuki GSX-R 1000 preparada para corridas, BMW R1200 GS Adventure e por aí vai. Mas agora nosso mercado é outro, e conseguimos ver essas máquinas maravilhosas com alguma frequência. Ficou mais comum, mas não deixamos de admirar!
E você, por qual moto do vizinho se apaixonou?
Um abraço e boas estradas!